2003/10/18
Um sistema de fugas direccionadas politicamente
Não restam dúvidas dos intuitos cirurgicamente políticos da divulgação das escutas dos dirigentes socialistas, hoje na SIC. Alguém disse que «a Justiça não pode ser politizada». Mas não foram os políticos que realizaram esta sinistra fuga de informação. Os culpados só podem ser:
- o Ministério Público;
- polícia judiciária;
- algum dos juízes envolvidos;
- funcionários judiciais.
Nenhuma destas entidades é política. Mas esta fuga de informação é-o na sua essência e nas suas graves consequências. Afinal são os protagonistas do sistema judicial que estão a politizar a Justiça.
- o Ministério Público;
- polícia judiciária;
- algum dos juízes envolvidos;
- funcionários judiciais.
Nenhuma destas entidades é política. Mas esta fuga de informação é-o na sua essência e nas suas graves consequências. Afinal são os protagonistas do sistema judicial que estão a politizar a Justiça.
O fim político da direcção do PS
A SIC divulgou extractos de conversas entre os irmãos Pedroso, Ferro, António Costa e Jorge Coelho, tidas no próprio dia da sua detenção em Maio passado.
Juridicamente (apesar do PS já ter afirmado que foram retiradas do contexto) penso que esses senhores deveriam ter sido constituídos arguidos por tentativa de obstrução à justiça (aqui concordo com o Catalaxia). Saliento que não é meu entendimento que se possa justificar a prisão de Paulo Pedroso por factos praticados por Costa, Ferro ou outros, ainda que em seu benefício – para que os pressupostos da prisão preventiva tenham lugar terão de ser factos praticados pelo próprio.
Politicamente julgo que isto é o canto do cisne desta direcção do PS. Todos os indivíduos envolvidos nesta “pessegada” fariam melhor em se afastarem da vida política porque estão prestes a atingir o ponto mais baixo da credibilidade e a afectar a própria democracia como regime. Confesso que sinto pena da situação de António Costa (foi um bom Ministro da Justiça) mas não pode deixar de ser assim.
O PS não existe neste momento. O (bom) discurso da oposição em relação ao OGE foi feito por Louçã. A Dra. Ana Gomes é uma fraude histérica e histriónica. Uma das maiores crises deste Governo (que não consegue ou não sabe governar) acabou por passar quase incólume por entre a desconexão socialista. Agora vem a divulgação desta pouca vergonha. Acredito que é o fim da liderança de Ferro e dos seus. E ainda bem.
Juridicamente (apesar do PS já ter afirmado que foram retiradas do contexto) penso que esses senhores deveriam ter sido constituídos arguidos por tentativa de obstrução à justiça (aqui concordo com o Catalaxia). Saliento que não é meu entendimento que se possa justificar a prisão de Paulo Pedroso por factos praticados por Costa, Ferro ou outros, ainda que em seu benefício – para que os pressupostos da prisão preventiva tenham lugar terão de ser factos praticados pelo próprio.
Politicamente julgo que isto é o canto do cisne desta direcção do PS. Todos os indivíduos envolvidos nesta “pessegada” fariam melhor em se afastarem da vida política porque estão prestes a atingir o ponto mais baixo da credibilidade e a afectar a própria democracia como regime. Confesso que sinto pena da situação de António Costa (foi um bom Ministro da Justiça) mas não pode deixar de ser assim.
O PS não existe neste momento. O (bom) discurso da oposição em relação ao OGE foi feito por Louçã. A Dra. Ana Gomes é uma fraude histérica e histriónica. Uma das maiores crises deste Governo (que não consegue ou não sabe governar) acabou por passar quase incólume por entre a desconexão socialista. Agora vem a divulgação desta pouca vergonha. Acredito que é o fim da liderança de Ferro e dos seus. E ainda bem.
A maior das confusões
Um Acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa, no dia 8 de Outubro, entende terminar com a medida de coacção mais grave para Paulo Pedroso, a prisão preventiva, e submetê-lo apenas à medida mais leve, o termo de identidade e residência. No texto do Acórdão “desfaz-se” a decisão do Juiz de Instrução, desvaloriza-se o trabalho de investigação da PJ e MP e desdenham-se muitas das provas que serviram de suporte à prisão de Paulo Pedroso. Os 3 juízes são unânimes em acabar com a prisão preventiva, embora um deles preferisse a prisão domiciliária à medida que acabou por ser imposta.
Segundo o DN, no dia seguinte, 9 de Outubro, uma outra secção do mesmo Tribunal, ao analisar um outro recurso (interposto por Paulo Pedroso contra a antecipação do prazo de 3 meses da reavaliação obrigatória da prisão preventiva) desvia-se do seu objecto e pronuncia-se extemporaneamente sobre a verificação dos pressupostos da prisão preventiva de Paulo Pedroso. Nunca os senhores desembargadores o deveriam ter feito porque não era esse o objecto do recurso que estavam a analisar! Ainda por cima (a acreditar no DN), proferem alguns disparates sobre a cobertura mediática e outras questões paralelas que não podem ter cabimento num Acórdão deste tipo.
Uma decisão do mesmo Tribunal da Relação decide libertar Hugo Marçal. Três minutos depois desta decisão ser comunicada ao arguido, com um impressionante sentido de oportunidade, Rui Teixeira convoca-o para o ouvir e dar seguimento ao disposto num Acórdão do Tribunal Constitucional (a verdadeira chave de tudo o que se está a passar) que o intimou a comunicar os factos que serviram de suporte à decisão de prender preventivamente esse arguido. Quando escrevo estas linhas o interrogatório prossegue. Pode resultar em nova decisão de prender preventivamente Hugo Marçal que, a ser assim, nunca terá chegado a usufruir da libertação que lhe foi oferecida pela Relação.
Nada disto contribui para ajudar a imagem da Justiça portuguesa. Neste momento, o sistema judicial português já não consegue ser entendido por ninguém muito menos pelos juristas. É a atarantação total. Aqui concordo com o Terras do Nunca.
Segundo o DN, no dia seguinte, 9 de Outubro, uma outra secção do mesmo Tribunal, ao analisar um outro recurso (interposto por Paulo Pedroso contra a antecipação do prazo de 3 meses da reavaliação obrigatória da prisão preventiva) desvia-se do seu objecto e pronuncia-se extemporaneamente sobre a verificação dos pressupostos da prisão preventiva de Paulo Pedroso. Nunca os senhores desembargadores o deveriam ter feito porque não era esse o objecto do recurso que estavam a analisar! Ainda por cima (a acreditar no DN), proferem alguns disparates sobre a cobertura mediática e outras questões paralelas que não podem ter cabimento num Acórdão deste tipo.
Uma decisão do mesmo Tribunal da Relação decide libertar Hugo Marçal. Três minutos depois desta decisão ser comunicada ao arguido, com um impressionante sentido de oportunidade, Rui Teixeira convoca-o para o ouvir e dar seguimento ao disposto num Acórdão do Tribunal Constitucional (a verdadeira chave de tudo o que se está a passar) que o intimou a comunicar os factos que serviram de suporte à decisão de prender preventivamente esse arguido. Quando escrevo estas linhas o interrogatório prossegue. Pode resultar em nova decisão de prender preventivamente Hugo Marçal que, a ser assim, nunca terá chegado a usufruir da libertação que lhe foi oferecida pela Relação.
Nada disto contribui para ajudar a imagem da Justiça portuguesa. Neste momento, o sistema judicial português já não consegue ser entendido por ninguém muito menos pelos juristas. É a atarantação total. Aqui concordo com o Terras do Nunca.
2003/10/17
Arafat tem de se ir embora!
O Médio Oriente é um problema em que não há muitas certezas. Mas não pode existir qualquer dúvida sobre o facto de Arafat ser a alma e o instigador do terrorismo. Foi ele que nos últimos trinta e tal anos boicotou todas as tentativas de se fazer a paz. Enganou vários dirigentes israelitas e muitos presidentes americanos. Tudo mudou no panorama internacional mas Arafat permanece. Muda de primeiro-ministro palestiniano a seu bel prazer. Desfaz alianças e nega a esperança aos dois povos envolvidos. Arafat quer a guerra porque a sua existência política depende dela. Arafat não quer a paz porque sabe que desapareceria num regime democrático. Arafat, o Senhor da Guerra, é o maior impedimento para a realização da paz.
Assine AQUI uma petição para ser entregue à Administração americana. Bush tem de deixar Arafat partir. Enquanto Arafat tiver o controle da situação a matança continuará. Assine pela Paz.
Miguel Sousa Tavares
O seu Fêquêportismo acérrimo levou-o a chamar Martins dos Santos ao ex-ministro dos Negócios Estrangeiros.
Ainda assim, vale a pena ler este texto.
Ainda assim, vale a pena ler este texto.
O regressso do Guerra e Pas
Uns vão mas muitos voltam.
2003/10/16
O Senhor Cardeal é anti-liberal
Acabei de ver a entrevista do Cardeal Patriarca à RTP1. Nada de novo. As habituais deduções amplificadoras acerca do significado da permanência do actual Papa. Na parte final, inquirido sobre os famosos "7 pecados da sociedade portuguesa", reincidiu naquilo que já se conhece: o desdém pelo sucesso individual, a visão negativa quanto ao desenvolvimento económico das pessoas (apelidando-o redutoramente de «consumismo»), a atribuição de todos os males deste mundo ao liberalismo económico, o elogio expresso à intervenção do Estado para «temperar» a liberdade da economia e do dinheiro «conforme está na Constituição Portuguesa», salientou.
Em suma, uma entrevista politicamente correcta de alguém que no seu coração é um verdadeiro socialista e um defensor dos poderes do Estado (desde que este não se imiscua nos sagrados privilégios da Igreja, bem entendido).
- Ai Weber, quanta razão tiveste, sempre revigorada através dos tempos...
Em suma, uma entrevista politicamente correcta de alguém que no seu coração é um verdadeiro socialista e um defensor dos poderes do Estado (desde que este não se imiscua nos sagrados privilégios da Igreja, bem entendido).
- Ai Weber, quanta razão tiveste, sempre revigorada através dos tempos...
Brancuras
Saborosamente verrinosa esta posta do Alberto sobre choraminguices solidárias. Candidata a um “Óscar”, obviamente...
Frank Gehry II
Sobre o tema Frank Gehry/Parque Mayer, o Pedro do Planeta-Reboque alertou-me para esta sua posta em que faz excelentes retratos simétricos do actual e do anterior presidente da Câmara de Lisboa. Não resisto a transcrevê-los:
(...) E o que é que este intróito tem a ver com o título? Só a minha lembrança, quando mentalmente comparava as imagens e os feitos dos últimos presidentes da Câmara de Lisboa, o derrotado e o presente. Fisicamente, são tão antagónicos como os referidos Bucha e Estica. Um é elitista de esquerda, o outro, populista de direita. Gostam ambos de folgar publicamente, têm fúrias ao vivo quando as coisas não lhes correm como querem e são capazes de frases politicamente perigosas quando encostados à parede por perguntas mais atrevidas. O palhaço rico e o palhaço pobre são, afinal, tão parecidos.
JS teve o começo do seu funeral na que pretendia ser a sua obra de regime : o mamarracho elevatório para o Castelo;
PSL terá o seu funeral anunciado com o túnel das Amoreiras (aposto com quem quiser que, a ser concluído a tempo, só com recurso a "habilidades"). Isto se não se demitir primeiro para concorrer às presidenciais.
JS foi um revisionista histórico. A frase "o meu antecessor tentou fazer alguma obra, mas agora é que vai ser" esquecia o trabalho de sapa da equipa de Sampaio no que respeita à revisão do PDM e demais arquitectura jurídica que permitiria à Câmara decidir, aprovar e incentivar com mais rigor. E não me esqueço do "apagão" ao ex-monumento ao Marechal Carmona. Em vez de acrescentar uma explicação que o contextualizasse historicamente, preferiu eliminà-lo e colocar em substituição os dois peões de nica que lá estão (totalmente desproporcionados, sem escala para aquele espaço... nós sabemos que JS é republicano, mas tratar assim duas esculturas...);
PSL é um revisionista histórico. Porque é que apagou o Norman Foster do Parque Mayer? Será que o projecto nunca existiu?
JS era um malcriadão. Só quem nunca assistiu a uma das suas fúrias pode achar o contrário;
PSL é um desbocado deselegante. Que o diga a sua vereadora para o Planeamento Urbanístico.
JS tinha uma concepção da cidade feita à sua medida, isto é, para a cidade só era bom o que lhe fizesse ganhar votos. E é por isso que os bairros históricos foram deixados ao abandono, o crescimento desordenado de Telheiras se manteve e o projecto do elevador avançou - era a tal obra de regime que, a ser feita, lhe garantiria a visibilidade necessária para a História, para mais um mandato e... para Belém;
PSL tem uma concepção da cidade feita à sua medida, isto é, para a cidade só é bom o que lhe fizer ganhar votos. E é por isso que os bairros históricos continuam deixados ao abandono, o crescimento desordenado de Telheiras se mantém e se avança para o túnel da Joaquim António de Aguiar - é a tal obra de regime que, a ser feita, lhe garantirá a visibilidade necessária para a História, para mais um mandato e... para Belém.(...)
Do “elitista de esquerda” estamos livres, pelo menos para já. Mas palpita-me que o “populista de direita” está para durar. É preocupante o facto de ele deter actualmente demasiado poder. Não o que lhe é conferido pela presidência da Câmara de Lisboa, que sendo embora uma chatice representa um excelente palco mediático, mas porque PSL é hoje na prática e numa postura low-profile (pasme-se!!!), o líder do PSD. E as ententes que vêm sendo ventiladas com Portas, esse outro expoente máximo do populismo, não auguram nada de bom.
(...) E o que é que este intróito tem a ver com o título? Só a minha lembrança, quando mentalmente comparava as imagens e os feitos dos últimos presidentes da Câmara de Lisboa, o derrotado e o presente. Fisicamente, são tão antagónicos como os referidos Bucha e Estica. Um é elitista de esquerda, o outro, populista de direita. Gostam ambos de folgar publicamente, têm fúrias ao vivo quando as coisas não lhes correm como querem e são capazes de frases politicamente perigosas quando encostados à parede por perguntas mais atrevidas. O palhaço rico e o palhaço pobre são, afinal, tão parecidos.
JS teve o começo do seu funeral na que pretendia ser a sua obra de regime : o mamarracho elevatório para o Castelo;
PSL terá o seu funeral anunciado com o túnel das Amoreiras (aposto com quem quiser que, a ser concluído a tempo, só com recurso a "habilidades"). Isto se não se demitir primeiro para concorrer às presidenciais.
JS foi um revisionista histórico. A frase "o meu antecessor tentou fazer alguma obra, mas agora é que vai ser" esquecia o trabalho de sapa da equipa de Sampaio no que respeita à revisão do PDM e demais arquitectura jurídica que permitiria à Câmara decidir, aprovar e incentivar com mais rigor. E não me esqueço do "apagão" ao ex-monumento ao Marechal Carmona. Em vez de acrescentar uma explicação que o contextualizasse historicamente, preferiu eliminà-lo e colocar em substituição os dois peões de nica que lá estão (totalmente desproporcionados, sem escala para aquele espaço... nós sabemos que JS é republicano, mas tratar assim duas esculturas...);
PSL é um revisionista histórico. Porque é que apagou o Norman Foster do Parque Mayer? Será que o projecto nunca existiu?
JS era um malcriadão. Só quem nunca assistiu a uma das suas fúrias pode achar o contrário;
PSL é um desbocado deselegante. Que o diga a sua vereadora para o Planeamento Urbanístico.
JS tinha uma concepção da cidade feita à sua medida, isto é, para a cidade só era bom o que lhe fizesse ganhar votos. E é por isso que os bairros históricos foram deixados ao abandono, o crescimento desordenado de Telheiras se manteve e o projecto do elevador avançou - era a tal obra de regime que, a ser feita, lhe garantiria a visibilidade necessária para a História, para mais um mandato e... para Belém;
PSL tem uma concepção da cidade feita à sua medida, isto é, para a cidade só é bom o que lhe fizer ganhar votos. E é por isso que os bairros históricos continuam deixados ao abandono, o crescimento desordenado de Telheiras se mantém e se avança para o túnel da Joaquim António de Aguiar - é a tal obra de regime que, a ser feita, lhe garantirá a visibilidade necessária para a História, para mais um mandato e... para Belém.(...)
Do “elitista de esquerda” estamos livres, pelo menos para já. Mas palpita-me que o “populista de direita” está para durar. É preocupante o facto de ele deter actualmente demasiado poder. Não o que lhe é conferido pela presidência da Câmara de Lisboa, que sendo embora uma chatice representa um excelente palco mediático, mas porque PSL é hoje na prática e numa postura low-profile (pasme-se!!!), o líder do PSD. E as ententes que vêm sendo ventiladas com Portas, esse outro expoente máximo do populismo, não auguram nada de bom.
ainda a coligação PSD/CDS-PP para as europeias...
Aguardo
Recebi várias mensagens pedindo um comentário a isto. Para já não. A situação parece-me de uma gravidade tal que temo não estar a ver o quadro todo. Esperemos um pouco mais.
Pederastia cultural - Manuais escolares, liberdade e responsabilidade
Diz o Liberdade de Expressão:
”Este tipo de discussões, que parte da premissa de que existe uma solução única que deve ser imposta centralmente pelo Ministro da Educação, só pode gerar más soluções. Como a ideia do livro único ou a ideia de uma comissão oficial de certificação de livros”.
Esta discussão não parte dessa premissa. Pelo menos da minha parte. Também não advogo uma pose vertical e centralista do M. da Educação.
O problema tem várias vertentes. A principal passa pelo sinal de que as coisas estão realmente muito mal – pior do que eu supunha – quando professores de português interpretam as necessidades da sua área profissional com textos e referências daquela estirpe. Na Universidade encontro um número crescente de alunos cuja maior dificuldade reside na decifração do sentido literário de textos antes mesmo de se defrontarem com a sua significação jurídica. A par da carência gritante de suportes culturais, por muito singelos que sejam. Alunos que estudam, que se esforçam ingloriamente, sem conseguirem perceber exactamente onde está a origem das suas dificuldades.
Nem tudo é intuitivo e dado a opções individuais próprias. Há conceitos que têm de ser ensinados, caminhos que exigem ser apontados, hábitos que devem ser insuflados, pistas que precisam de ser estimuladas. Sobretudo na adolescência. Depois já é tarde e o esforço implica um sacrifício muito maior. Ou seja, o tipo de ensino que está em causa é potencialmente perigoso e idóneo a resultar em danos dificilmente reparáveis na Universidade e no resto da vida. Está prenhe de uma lógica nociva. Deforma o desenvolvimento cultural das pessoas e retorce a sua cidadania. Empobrece os visados e a todos nós por sequela. É uma verdadeira pederastia cultural, um abuso contra quem ainda não se sabe defender.
É aqui que eu - liberal confesso - posso encontrar um pretexto para a intervenção estatal. Não como interveniente principal, que dirige e participa, mas como árbitro. Vejo o Estado não como a como a organização que “faz”, mas a que deve fiscalizar o que se faz em obediência aos padrões de conduta estabelecidos pela sociedade e pelo direito. Que tem de actuar para impedir que as acções de alguns prejudiquem os demais. Tendo como fito a reposição do equilíbrio abalado.
Em nome da liberdade e da responsabilidade – os valores que mais prezo – não se pode permitir que os devaneios desviantes de alguns professores e muitos técnicos de ciências da educação, tantas vezes munidos de uma agenda política e social e impropriamente revigorados pelo beneplácito estatal (aqui sim, «imposto centralmente», embora não exclusivamente), sejam susceptíveis de maltratar alunos menores de idade, bem como as legítimas expectativas dos seus pais. E mesmo que os pais aparentem não se importar com o assunto, a intervenção do Estado pode ainda ser desejável. Não se pode considerar lícita a opção paterna que implica uma lesão grave na educação dos seus filhos. Os pais são responsáveis e representantes legais dos seus filhos menores, mas não são seus donos! O Estado muito menos o será, mas a sua função prioritária de restabelecimento do equilíbrio, numa actuação do tipo "guarda nocturno", obriga-o a suprimir as situações passíveis de o alterar gravemente.
Por último, transferir os filhos de uma escola comporta inconvenientes e custos que poderão inviabilizar as melhores intenções. E, então, o que fazer? Aguentar, em nome da liberdade, da responsabilidade e do princípio da não imposição de decisões centralizadas? Penso que não. Prefiro a revolta do Aviz.
”Este tipo de discussões, que parte da premissa de que existe uma solução única que deve ser imposta centralmente pelo Ministro da Educação, só pode gerar más soluções. Como a ideia do livro único ou a ideia de uma comissão oficial de certificação de livros”.
Esta discussão não parte dessa premissa. Pelo menos da minha parte. Também não advogo uma pose vertical e centralista do M. da Educação.
O problema tem várias vertentes. A principal passa pelo sinal de que as coisas estão realmente muito mal – pior do que eu supunha – quando professores de português interpretam as necessidades da sua área profissional com textos e referências daquela estirpe. Na Universidade encontro um número crescente de alunos cuja maior dificuldade reside na decifração do sentido literário de textos antes mesmo de se defrontarem com a sua significação jurídica. A par da carência gritante de suportes culturais, por muito singelos que sejam. Alunos que estudam, que se esforçam ingloriamente, sem conseguirem perceber exactamente onde está a origem das suas dificuldades.
Nem tudo é intuitivo e dado a opções individuais próprias. Há conceitos que têm de ser ensinados, caminhos que exigem ser apontados, hábitos que devem ser insuflados, pistas que precisam de ser estimuladas. Sobretudo na adolescência. Depois já é tarde e o esforço implica um sacrifício muito maior. Ou seja, o tipo de ensino que está em causa é potencialmente perigoso e idóneo a resultar em danos dificilmente reparáveis na Universidade e no resto da vida. Está prenhe de uma lógica nociva. Deforma o desenvolvimento cultural das pessoas e retorce a sua cidadania. Empobrece os visados e a todos nós por sequela. É uma verdadeira pederastia cultural, um abuso contra quem ainda não se sabe defender.
É aqui que eu - liberal confesso - posso encontrar um pretexto para a intervenção estatal. Não como interveniente principal, que dirige e participa, mas como árbitro. Vejo o Estado não como a como a organização que “faz”, mas a que deve fiscalizar o que se faz em obediência aos padrões de conduta estabelecidos pela sociedade e pelo direito. Que tem de actuar para impedir que as acções de alguns prejudiquem os demais. Tendo como fito a reposição do equilíbrio abalado.
Em nome da liberdade e da responsabilidade – os valores que mais prezo – não se pode permitir que os devaneios desviantes de alguns professores e muitos técnicos de ciências da educação, tantas vezes munidos de uma agenda política e social e impropriamente revigorados pelo beneplácito estatal (aqui sim, «imposto centralmente», embora não exclusivamente), sejam susceptíveis de maltratar alunos menores de idade, bem como as legítimas expectativas dos seus pais. E mesmo que os pais aparentem não se importar com o assunto, a intervenção do Estado pode ainda ser desejável. Não se pode considerar lícita a opção paterna que implica uma lesão grave na educação dos seus filhos. Os pais são responsáveis e representantes legais dos seus filhos menores, mas não são seus donos! O Estado muito menos o será, mas a sua função prioritária de restabelecimento do equilíbrio, numa actuação do tipo "guarda nocturno", obriga-o a suprimir as situações passíveis de o alterar gravemente.
Por último, transferir os filhos de uma escola comporta inconvenientes e custos que poderão inviabilizar as melhores intenções. E, então, o que fazer? Aguentar, em nome da liberdade, da responsabilidade e do princípio da não imposição de decisões centralizadas? Penso que não. Prefiro a revolta do Aviz.
Memória Virtual
O excelente aaanomberone metamorfoseou-se em Memória Virtual. A qualidade está assegurada e o Leonel promete debates sérios e oportunos para toda a blogosfera.
2003/10/15
Benfica 1 - La Lumiére 0
Tal como há 15 dias na Bélgica, o Benfica voltou a deslumbrar e a deixar escrita em letras de ouro mais uma página inolvidável da sua história gloriosa. Imparáveis, os encarnados dominaram o feroz adversário por completo chegando, até, a fazer esquecer o nível galáctico de alguns dos jogadores belgas. Agora sim, as antigas promessas de um "Benfica europeu" digno dos seus pergaminhos começa a fazer sentido. Continuem assim que nós gostamos cada vez mais das alegrias vocês nos dão!
Frank Gehry pode não ser o arquitecto do Parque Mayer
Lembram-se do enorme “estardalhaço” quando foi anunciado o nome do arquitecto? Na altura o tema do Parque Mayer já tinha arrefecido, depois de alguma polémica e muita contestação. Qual ás de trunfo saído não se sabe de onde, Frank Gehry representou a “cartada genial” que, lançada de forma estridente com toda a fanfarra e foguetório, levantou na altura um enorme “bruááááá” dos papalvos. Justificou por si só várias manchetes e horas de tempo de antena, alimento vital para Santana Lopes como é sabido (será???). Ninguém equacionou então se os honorários de uma tal “estrela” seriam ou não “justificáveis”.
Enfim, parolices próprias de um populismo novo-riquista que vamos engolindo. E fala-se no homem para Presidente...
Enfim, parolices próprias de um populismo novo-riquista que vamos engolindo. E fala-se no homem para Presidente...
Parece que desta é de vez!
Definitivamente o Socio[B]logue 2.0 regressou. Voltará a ser uma leitura obrigatória.
«Está tudo cá com uma moca»
Vejam esta posta no Barnabé. Um dos sintomas que comprovam o seu diagnóstico é que eu subscrevo tudo o que aí dizem.
TIME
A artigo publicado na revista Time (na edição europeia e apenas nesta, pelo que pude verificar) sobre as "meninas de Bragança" provocou uma espécie de comoção nacional. O país salta, de semana em semana, de tema para tema, parecendo apenas ser capaz de acompanhar um assunto de cada vez.
O Governo decidiu suspender a participação da Time na campanha publicitária do Euro 2004. Não vejo nisto qualquer espécie de censura: o anunciante não pode impor ou proibir ao meio de suporte o que quer que seja, mas é livre de escolher onde quer ver publicada a publicidade por si patrocinada. Confesso, porém, que não sabia que era o Governo quem pagava esta publicidade.
Na perspectiva do Euro 2004, porém, não será verdade, como em Hollywood, que "there is no such thing as bad publicity"?
Estou a imaginar as hordas de maridos europeus, cansados da monotonia (a sugestão parece vir das autoridades oficiais portuguesas. Leio no artigo:
«"In marriage, women see themselves almost exclusively as mothers rather than wives," says Marília Neres, spokeswoman for the Portuguese Department for Foreign Immigration and Frontiers. "The women forget that they should also be good wives and companions."), que aproveitam a viagem para dar um salto ao novo red district.
Ou então, hordas de pastores puritanos e curiosos, que aproveitam (também) para visitar o castelo de conto de fadas, com uma "torre da princesa" e tudo.
Pena é que não haja nenhum estádio do Euro em Trás-os-Montes e que a auto-estrada, ao contrário do que se diz na Time, ainda não chegue a Bragança e que o combóio tenha deixado de lá chegar há muito. São os custos da interioridade.
O Governo decidiu suspender a participação da Time na campanha publicitária do Euro 2004. Não vejo nisto qualquer espécie de censura: o anunciante não pode impor ou proibir ao meio de suporte o que quer que seja, mas é livre de escolher onde quer ver publicada a publicidade por si patrocinada. Confesso, porém, que não sabia que era o Governo quem pagava esta publicidade.
Na perspectiva do Euro 2004, porém, não será verdade, como em Hollywood, que "there is no such thing as bad publicity"?
Estou a imaginar as hordas de maridos europeus, cansados da monotonia (a sugestão parece vir das autoridades oficiais portuguesas. Leio no artigo:
«"In marriage, women see themselves almost exclusively as mothers rather than wives," says Marília Neres, spokeswoman for the Portuguese Department for Foreign Immigration and Frontiers. "The women forget that they should also be good wives and companions."), que aproveitam a viagem para dar um salto ao novo red district.
Ou então, hordas de pastores puritanos e curiosos, que aproveitam (também) para visitar o castelo de conto de fadas, com uma "torre da princesa" e tudo.
Pena é que não haja nenhum estádio do Euro em Trás-os-Montes e que a auto-estrada, ao contrário do que se diz na Time, ainda não chegue a Bragança e que o combóio tenha deixado de lá chegar há muito. São os custos da interioridade.
Federalismo
Pertinente este artigo de Paulo Rangel. Era importante que, sem complexos, se equacionasse o federalismo como uma solução (eficaz, diga-se) para a reforma das instituições europeias e não como o papão que Paulo Portas em tempos criou e todos interiorizaram de forma acrítica.
Já agora, seria também interessante discutir o federalismo numa vertente interna. É que vai sendo tempo de (re)agendar a regionalização.
Já agora, seria também interessante discutir o federalismo numa vertente interna. É que vai sendo tempo de (re)agendar a regionalização.
Para o Ministro, rapidamente e em força!
Concordo com a ideia do Aviz em fazer chegar ao Ministro David Justino alguns extractos do descontentamento da blogosfera com esta "Onda de Parvoíce" (mais drasticamente, apelidei-a de misto filme de ficção científica com terror) representada por esse manual de "português" de que se fala.
Por mim, vou já tratar de fazer algumas recolhas de textos dos vários blogues que se pronunciaram acerca do assunto e de as enviar para o Ministro da Educação.
Por mim, vou já tratar de fazer algumas recolhas de textos dos vários blogues que se pronunciaram acerca do assunto e de as enviar para o Ministro da Educação.
Bragança globalizada
Julgava que era um exclusivo nosso, mas decididamente a falta de senso dos jornalistas também está globalizada. Em número e variedade de casas de alterne, Bragança deve perder para a maioria das cidades portuguesas. Fazer dela o European Red Light District como pretende a Time, é uma perfeita imbecilidade. Como maior imbecilidade é a histeria das nossas televisões que já quase esqueceram ministros, pedofilias e prisões preventivas.
Mas para nós isto é também uma fatalidade: parafraseando o meu amigo Paulo Vaz que me alertou para a manchete, “não adiantam promoções do ICEP, slogans da API, embaixadas culturais, diplomacia económica, que somos apenas conhecidos lá fora pelas desgraças: pontes que caem, florestas que ardem, estádios de novos ricos, etc”. Até chego a compreender a atitude parola e de virgem ofendida do nosso governo em suspender a publicidade do Euro 2004 na Time. É que talvez não valha mesmo a pena...
Mas para nós isto é também uma fatalidade: parafraseando o meu amigo Paulo Vaz que me alertou para a manchete, “não adiantam promoções do ICEP, slogans da API, embaixadas culturais, diplomacia económica, que somos apenas conhecidos lá fora pelas desgraças: pontes que caem, florestas que ardem, estádios de novos ricos, etc”. Até chego a compreender a atitude parola e de virgem ofendida do nosso governo em suspender a publicidade do Euro 2004 na Time. É que talvez não valha mesmo a pena...
2003/10/14
Crónica das mui maravilhosas aventuras de dois bloguistas desavindos e daquilo que lhes aconteceu por terras do Douro
Cumpre-me a espinhosa missão de relatar os factos extraordinários que hoje aconteceram algures entre o Porto e Gaia.
Quando os adversários chegaram a multidão já era muita mas mantinha-se a respeitosa distância. Foi possível, no entanto, perceber-se alguma desilusão com a constatação de que não se tratavam das duas senhoras indicadas. Humildemente apeado (o burro que o Adufe arranjou fugiu sabiamente às suas responsabilidades), supliquei que esperassem antes de agir. Disse ser ainda possível acreditar num milagre que impedisse a tragédia que se adivinhava – sei lá, uma atitude concreta de Jorge Sampaio, uma posição coerente de Paulo Portas, o cumprimento de uma promessa eleitoral por parte de Durão Barroso, um comportamento perspicaz de Ferro Rodrigues ou alguma graça e elegância da Dra. Ana Gomes. Esperei o impossível, mas nada aconteceu.
Logo começou o combate. As armas eram de cordas. Na margem Norte o CL afinava as estratégias, na margem Sul o PG dedilhava os seus cânticos. Disfarcei-me e, à míngua de burro, servi-me de um barco para subir o Douro e ficar de permeio entre os dois antagonistas.
A minha pose serena e guterrante surtiu algum efeito. Como dois bons portugueses, CL e PG, logo decidiram abandonar a disputa e abalaram dali no seu bólide vermelho para selarem a sua amizade defronte de uma francesinha e uns finos bem tirados.
Entretanto, alguns bloguistas inconformados berravam que tudo isto estava a ser «politizado» e insistiam em «aplaudir» quem lá não estava. Os protestos dos bloguistas/jornalistas chegaram a ultrapassar o nível da decência. Constantemente insinuavam que tudo aquilo era uma maquinação do «causómetrista da blogosfera» que visava abalar a credibilidade dos jornalistas. Ruidosamente afirmavam que estava em preparação uma campanha anti-jornalistas/bloguistas. Saturados mas amigos, CL e PG, decidiram dar-lhes toda a razão e arremeteram contra os blogues dos jornalistas. As autoridades (que, como se sabe, têm laços de enorme cumplicidade com esses senhores), por sua vez, perseguiram os novos aliados. No final não houve francesinhas para ninguém e todos tiveram de se contentar com frango frito, uma amabilidade de uma multinacional americana (obviamente interessada em destruir os pilares da imprensa portuguesa).
NÃO PERCEBERAM? NÃO FAZ MAL, EU FILMEI TUDO: CLIQUEM AQUI !
Quando os adversários chegaram a multidão já era muita mas mantinha-se a respeitosa distância. Foi possível, no entanto, perceber-se alguma desilusão com a constatação de que não se tratavam das duas senhoras indicadas. Humildemente apeado (o burro que o Adufe arranjou fugiu sabiamente às suas responsabilidades), supliquei que esperassem antes de agir. Disse ser ainda possível acreditar num milagre que impedisse a tragédia que se adivinhava – sei lá, uma atitude concreta de Jorge Sampaio, uma posição coerente de Paulo Portas, o cumprimento de uma promessa eleitoral por parte de Durão Barroso, um comportamento perspicaz de Ferro Rodrigues ou alguma graça e elegância da Dra. Ana Gomes. Esperei o impossível, mas nada aconteceu.
Logo começou o combate. As armas eram de cordas. Na margem Norte o CL afinava as estratégias, na margem Sul o PG dedilhava os seus cânticos. Disfarcei-me e, à míngua de burro, servi-me de um barco para subir o Douro e ficar de permeio entre os dois antagonistas.
A minha pose serena e guterrante surtiu algum efeito. Como dois bons portugueses, CL e PG, logo decidiram abandonar a disputa e abalaram dali no seu bólide vermelho para selarem a sua amizade defronte de uma francesinha e uns finos bem tirados.
Entretanto, alguns bloguistas inconformados berravam que tudo isto estava a ser «politizado» e insistiam em «aplaudir» quem lá não estava. Os protestos dos bloguistas/jornalistas chegaram a ultrapassar o nível da decência. Constantemente insinuavam que tudo aquilo era uma maquinação do «causómetrista da blogosfera» que visava abalar a credibilidade dos jornalistas. Ruidosamente afirmavam que estava em preparação uma campanha anti-jornalistas/bloguistas. Saturados mas amigos, CL e PG, decidiram dar-lhes toda a razão e arremeteram contra os blogues dos jornalistas. As autoridades (que, como se sabe, têm laços de enorme cumplicidade com esses senhores), por sua vez, perseguiram os novos aliados. No final não houve francesinhas para ninguém e todos tiveram de se contentar com frango frito, uma amabilidade de uma multinacional americana (obviamente interessada em destruir os pilares da imprensa portuguesa).
NÃO PERCEBERAM? NÃO FAZ MAL, EU FILMEI TUDO: CLIQUEM AQUI !
Está quase
Já agora, recomendo, na sequência desta posta de FJV, a leitura de um outro livro de Arturo Pérez-Reverte, o excelente O Mestre de Esgrima, da Asa.
A Grande Loja
do Queijo Limiano continua em grande.
Que grande texto!
Paz e Serenidade entre os blogues
Um verdadeiro filósofo da portugalidade, o Evaristo, incarnado pelo António Silva num delicioso filme, posto numa posição semelhante àquela em que agora me encontro, bradou:
- Ó rapaziada do meu bairro! Haja calma!
Consta que não teve grande sucesso; mas, ainda assim, atrevo-me a renovar o seu pedido e solicitar ao CL e ao PG a contenção democrática e o espírito de solidariedade bloguística necessários para porem de lado as suas bélicas intenções.
Se este apelo não resultar, só me resta aparecer às 18h na porta da Câmara do Porto, montado num burro branco, para me colocar entre os contendores seguindo o santo exemplo da raínha (santa) Isabel.
É evidente que isto me traz alguns inconvenientes (peço ajuda ao Adufe), nomeadamente o de encontrar um jumento adequado e com espírito de sacrifício suficiente para suportar os meus 110kg...
- Ó rapaziada do meu bairro! Haja calma!
Consta que não teve grande sucesso; mas, ainda assim, atrevo-me a renovar o seu pedido e solicitar ao CL e ao PG a contenção democrática e o espírito de solidariedade bloguística necessários para porem de lado as suas bélicas intenções.
Se este apelo não resultar, só me resta aparecer às 18h na porta da Câmara do Porto, montado num burro branco, para me colocar entre os contendores seguindo o santo exemplo da raínha (santa) Isabel.
É evidente que isto me traz alguns inconvenientes (peço ajuda ao Adufe), nomeadamente o de encontrar um jumento adequado e com espírito de sacrifício suficiente para suportar os meus 110kg...
2003/10/13
Duelo na Blogosfera
Depois do meu último post, o/a PG desafiou-me para um duelo à porta de uma das duas Câmaras Municipais da Foz do Douro. Tal desafio levanta-me um complexo problema ético.
Se eu tiver razão, isto é, se PG for, de facto, Ana Gomes, não posso, como é evidente, aceitar bater-me em armas com uma mulher, ainda que seja uma mulher do calibre da Sr.a Dr.a.
Caso contrário, não me restará alternativa senão retractar-me, poupando assim PG a um duelo inglório...
Em todo o caso, se PG insistir, lá estarei amanhã, às 6.00 AM, à porta da Câmara Municipal do Porto, acompanhado da madrinha que desde já nomeio.
Se eu tiver razão, isto é, se PG for, de facto, Ana Gomes, não posso, como é evidente, aceitar bater-me em armas com uma mulher, ainda que seja uma mulher do calibre da Sr.a Dr.a.
Caso contrário, não me restará alternativa senão retractar-me, poupando assim PG a um duelo inglório...
Em todo o caso, se PG insistir, lá estarei amanhã, às 6.00 AM, à porta da Câmara Municipal do Porto, acompanhado da madrinha que desde já nomeio.
Ana Gomes na Blogosfera?
Depois de ler esta posta do PG, só posso concluir uma coisa: a Dr.a Ana Maria Rosa Martins Gomes está na blogosfera e não é aqui, mas aqui. Pelo menos a julgar por uma reportagem publicada em 2/08/2003 (data em que este blogue deveria ter entrado em antena), na revista belga "La Ligne" (link não disponível)...
"Grande Lisboa é a região ibérica mais rica em poder de compra"
Segundo dados da União Europeia, lidos pelo Público.
Aposto que há alguma relação entre esta conclusão e a instalação do El Corte Inglés na capital.
Aposto que há alguma relação entre esta conclusão e a instalação do El Corte Inglés na capital.
Urdiduras
Depois desta posta do Bloguítica Nacional, julgo ser avisado e prudente dizer que esse blogue tem um nível de qualidade raro, presta um serviço imprescindível à comunidade e que a blogosfera não seria a mesma se ele não existisse.
Depois, gostaria de acrescentar o seguinte:
- Estou à disposição da Justiça para o que for preciso.
- Confio no sistema judicial português.
- Ninguém está acima da Lei.
- A Lei é igual para todos.
- É preciso ter serenidade.
- Estou blogo-calmo.
- Tudo isto é uma grande cabala que visa desacreditar o Mata-Mouros, dada a crecente subida de audiências deste blogue e o medo que tal inspira aos blogues "instalados".
- Quando o meu nome for limpo visitarei todas as instituições públicas portuguesas para agradecer o apoio dos funcionários à minha pessoa.
Depois, gostaria de acrescentar o seguinte:
- Estou à disposição da Justiça para o que for preciso.
- Confio no sistema judicial português.
- Ninguém está acima da Lei.
- A Lei é igual para todos.
- É preciso ter serenidade.
- Estou blogo-calmo.
- Tudo isto é uma grande cabala que visa desacreditar o Mata-Mouros, dada a crecente subida de audiências deste blogue e o medo que tal inspira aos blogues "instalados".
- Quando o meu nome for limpo visitarei todas as instituições públicas portuguesas para agradecer o apoio dos funcionários à minha pessoa.
Mudança de link dos resistentes e das tesas
Os nossos amigos (quem diria?) da Resistência Islâmica mudaram de endereço: agora é possível encontrá-los aqui.
As 3 Tesas Não Pagam Dívidas seguiram o mesmo caminho e agora estão aqui.
As 3 Tesas Não Pagam Dívidas seguiram o mesmo caminho e agora estão aqui.
Mais um Infiel
Tivemos notícia da chegada à blogosfera de mais um Infiel que promete luta. Trata-se da Tribuna Socialista e optou por estilo bastante aguerrido (visa ajudar os blogues de esquerda que andam tão carenciados).
Manuais escolares, liberdade e responsabilidade
Se é verdade o que afirma o Liberdade de Expressão acerca da forma livre da escolha de textos e de manuais pra o ensino secundário, também não deixa de o ser o enorme receio que "aquele" manual de português pode causar ao mais pacato cidadão. O facto de existir um manual de português - que as autoras insistem estar inserido no espírito das orientações ministeriais - que elege tais modos de apresentação da matéria não pode deixar de ser um terrível sintoma da decadência das referências culturais destes tempos.
O que fazer se na Escola onde está um filho nosso se fizer a opção por esse manual? Será essa decisão totalmente lícita e idónea? Deverão os pais de um menor aguentar uma coisa dessas?
Pressinto que o Liberdade de Expressão dirá que, nesse caso, os pais nada mais terão a fazer do que mudar o filho dessa Escola. Se assim for, estou de acordo; a resposta parece óbvia; o problema é que, na vida real, as coisas não são assim tão fáceis e simples de realizar.
O que fazer se na Escola onde está um filho nosso se fizer a opção por esse manual? Será essa decisão totalmente lícita e idónea? Deverão os pais de um menor aguentar uma coisa dessas?
Pressinto que o Liberdade de Expressão dirá que, nesse caso, os pais nada mais terão a fazer do que mudar o filho dessa Escola. Se assim for, estou de acordo; a resposta parece óbvia; o problema é que, na vida real, as coisas não são assim tão fáceis e simples de realizar.
2003/10/12
Revista de Blogues XII
Os Melhores da Semana
Melhor Texto: “As filhas dos outros”, no Azimutes;
Melhor Frase: «Preocupado a sério, e com cavadas razões para contrair umas valentíssimas neuras, ficarei eu quando, dentro de poucos anos, for nomeado em Bruxelas o ministro estrangeiro dos Negócios Portuguese», no Nova Frente;
Melhor (inside) Informação: Notas Verbais;
Melhor Pergunta: «Se Martins da Cruz tivesse aguentado mais 1 dia, teria que se demitir, ou o caso teria sido esquecido por causa do impacto mediático da libertação de Paulo Pedroso?», no Liberdade de Expressão;
Melhor Proposta: “Porque é que não se põe a equipa do Porto a jogar de verde e vermelho?!?!”, no Avatares de um Desejo;
Melhor Indignação: “Esta onda de parvoíce devia ser corrida das escolas. É demasiado cruel para ser verdadeira. É Portugal no seu melhor, com o ensino entregue à rapaziada, valorizando a imbecilidade, o banal, o vulgar — em detrimento do conhecimento, do rigor e da cultura, destinando as aulas de Português à discussão do regulamento do Big Brother — já que lhe retiraram Vergílio Ferreira e Gil Vicente, por exemplo. Teresa Guilherme sempre é melhor; está ao nível.”, no Aviz;
Melhor Investida: “Uma onda de parvoíce” (1 a 5), no Aviz;
Melhor Análise: “A coligação PSD/CDS-PP para as eleições europeias”, no Janela para o Rio;
Melhor Humor: “Muito Triste”, no Jaquinzinhos;
Melhor Humor Corrosivo: “Crónica Desportiva”, no Jaquinzinhos;
Melhor Citação: “A FRASE DO ANO - Maria de Belém, à Pública: Se eu fosse um embrião gostaria de salvar uma vida em vez de ficar congelada”, no Catalaxia;
Melhor Serviço Público: Almocreve das Petas;
Melhor Revelação: Bicho Mau;
Melhor Posta: “Big Pia” n’O Quarto do Pulha;
Melhor Blogue: empate entre o Abrupto e a Grande Loja do Queijo Limiano.
Prémio Especial do Júri para o Laranja Amarga. Quer pelo indiscutível mérito deste blogue, quer por sermos sensíveis ao “empenho” do Barnabé (como dizia o outro «proceda-se de acordo com esta metodologia em casos similares»).
Melhor Texto: “As filhas dos outros”, no Azimutes;
Melhor Frase: «Preocupado a sério, e com cavadas razões para contrair umas valentíssimas neuras, ficarei eu quando, dentro de poucos anos, for nomeado em Bruxelas o ministro estrangeiro dos Negócios Portuguese», no Nova Frente;
Melhor (inside) Informação: Notas Verbais;
Melhor Pergunta: «Se Martins da Cruz tivesse aguentado mais 1 dia, teria que se demitir, ou o caso teria sido esquecido por causa do impacto mediático da libertação de Paulo Pedroso?», no Liberdade de Expressão;
Melhor Proposta: “Porque é que não se põe a equipa do Porto a jogar de verde e vermelho?!?!”, no Avatares de um Desejo;
Melhor Indignação: “Esta onda de parvoíce devia ser corrida das escolas. É demasiado cruel para ser verdadeira. É Portugal no seu melhor, com o ensino entregue à rapaziada, valorizando a imbecilidade, o banal, o vulgar — em detrimento do conhecimento, do rigor e da cultura, destinando as aulas de Português à discussão do regulamento do Big Brother — já que lhe retiraram Vergílio Ferreira e Gil Vicente, por exemplo. Teresa Guilherme sempre é melhor; está ao nível.”, no Aviz;
Melhor Investida: “Uma onda de parvoíce” (1 a 5), no Aviz;
Melhor Análise: “A coligação PSD/CDS-PP para as eleições europeias”, no Janela para o Rio;
Melhor Humor: “Muito Triste”, no Jaquinzinhos;
Melhor Humor Corrosivo: “Crónica Desportiva”, no Jaquinzinhos;
Melhor Citação: “A FRASE DO ANO - Maria de Belém, à Pública: Se eu fosse um embrião gostaria de salvar uma vida em vez de ficar congelada”, no Catalaxia;
Melhor Serviço Público: Almocreve das Petas;
Melhor Revelação: Bicho Mau;
Melhor Posta: “Big Pia” n’O Quarto do Pulha;
Melhor Blogue: empate entre o Abrupto e a Grande Loja do Queijo Limiano.
Prémio Especial do Júri para o Laranja Amarga. Quer pelo indiscutível mérito deste blogue, quer por sermos sensíveis ao “empenho” do Barnabé (como dizia o outro «proceda-se de acordo com esta metodologia em casos similares»).
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