2003/12/06
Anti-semitismo ou "Anti-Israel"
O Atlante
Gilberto Madaíl, a propósito do resultado do sorteio do apuramento para o Mundial 2006, comentou para a RTP que o Grupo em que Portugal se integra - Rússia, Eslováquia, Letónia, Luxemburgo, Estónia e Lietchenstein - é bom «porque está virado para o Atlântico, excepto a Rússia que está mais afastada».
Longe de mim colocar em causa os conhecimentos geográficos do presidente da FPF. Mas o eventual sentido figurado da sua análise parece-me excessivo. Senão vejamos:
- O gigantesco território da Rússia é banhado por vários mares e oceanos, mas nenhum deles é o Atlântico.
- A Letónia e a Estónia estão junto ao Báltico.
- A Eslováquia, o Luxemburgo e Lietchenstein são países interiores.
Restamos nós.
Sem dúvida que um homem viajado e mundano como Madaíl conhecia os factos. Então o que é que ele queria dizer com aquela afirmação sibilina? Seria uma tentativa de fazer graça? Ou as coisas são mesmo o que parecem?
Longe de mim colocar em causa os conhecimentos geográficos do presidente da FPF. Mas o eventual sentido figurado da sua análise parece-me excessivo. Senão vejamos:
- O gigantesco território da Rússia é banhado por vários mares e oceanos, mas nenhum deles é o Atlântico.
- A Letónia e a Estónia estão junto ao Báltico.
- A Eslováquia, o Luxemburgo e Lietchenstein são países interiores.
Restamos nós.
Sem dúvida que um homem viajado e mundano como Madaíl conhecia os factos. Então o que é que ele queria dizer com aquela afirmação sibilina? Seria uma tentativa de fazer graça? Ou as coisas são mesmo o que parecem?
2003/12/05
Era o princípio de uma noite fria mas sem chuva. As aulas tinham acabado e encontrava-me na escadaria frontal do liceu conversando com os colegas sobre aqueles pequenos nadas que tinham preenchido o dia.
Sem saber muito bem como, encontrei-me a conversar a sós com a T., o que constituía um momento de especial responsabilidade. A T. era uma lenda viva por entre a rapaziada daquele tempo ainda em fase de adolescência mal terminada. Acresce a feliz coincidência de morarmos perto um do outro, donde, aquela simultânea saída do liceu prometia uma auspiciosa viagem a dois.
Consegui dominar a minha inquietação com as horas e tentei esquecer que tinha combinado com um grupo de amigos irmos juntos para o comício da AD no Coliseu. Também jurei a mim próprio não falar de política. Sempre que estava com a T., a natural simpatia que por ela sentia cedo era substituída por uma aborrecida sensação de desgaste em discussões intermináveis e improficuamente absurdas sobre política. Dava-se o facto, excessivamente raro nas miúdas bonitas do Porto desse tempo, da T. ser comunista. Aliás, a singularidade do caso era coroado com a alcunha por que era popularmente conhecida: a “T. comuna”.
Estava eu, nesse enleio, “posto em sossego, de meus anos (tentando) colher doce fruito”, quando alguém, em patente estado de histerismo, se aproxima de nós a berrar:
- Morreu o Sá Carneiro, morreu o Sá Carneiro!
Senti que o chão me fugia debaixo dos pés. Com todas as minhas forças, agarrei-me ao mensageiro:
- Como é que soubeste isso? Morreu como?
O rapaz tentou libertar-se enquanto desatava numa catadupa de informações: “tinha dado na televisão, o avião caiu, morreu o Sá Carneiro e a mulher, mais o Amaro da Costa”.
- O Amaro da Costa? – Aquela quantidade inusitada e diversificada de mortes estava a dar-me a esperança de que tudo não passasse de uma enorme patranha. Mas já se aproximavam outros, no mesmo estado de aflição, garantindo a veracidade da história.
Esmagado, dei por mim a balbuciar: “Mataram-no”. De imediato, a T. reagiu: “Não, claro que não”.
Olhei-a nos olhos e vi todo o mundo que nos separava nesse instante. Virei as costas e corri para casa. Corri muito, sem parar (a minha forma física de então é uma enorme saudade).
Quando abri a porta de casa, ofegante, vi minha mãe a chorar. Meu pai sublimava a dor num permanente ataque de fúria em frente à televisão. Telefonei a amigos. A minha reacção e a de quase todos com quem falei nesses dias era a de quem tinha perdido um ente próximo e muito querido. Não idolatramos Sá Carneiro apenas depois da sua morte, de alguma maneira já o fazíamos antes. Pela diferença abismal que ele era, face aos políticos do seu tempo. E os dos tempos que vieram depois.
Embora não o intuísse imediatamente, naquela noite morreu o melhor da minha fé nos políticos. Nunca mais consegui acreditar em ninguém com aquele desprendimento puro e sem mediações. Nunca mais segui uma voz sem colocar fortíssimos entraves racionais. Cometi, permanente e irremediavelmente, a injustiça de comparar com Sá Carneiro os que vieram depois. E todos ficavam a perder.
Sá Carneiro fundou o PPD, mas não se circunscrevia a este. Era uma enorme esperança para muitos mais que não se reviam naquele partido. Depois da sua morte o PPD/PSD tornou-se a imagem daqueles que o eram, e os muitos que nunca o tinham sido (antes pelo contrário) mas que souberam aproveitar a sua janela de oportunidade para lá entrar – o PSD nunca mais foi “Sá Carneirista”. Nunca mais contestou ou fez rupturas com o regime – adaptou-se-lhe e tornou-se um dos seus pilares fundamentais. Nunca mais foi um factor de mudança. Nunca mais quis ser a voz incomodativa, “intratável” como chamavam a Sá Carneiro. O PSD prescindiu para sempre das suas nobres origens de dar voz à insatisfação democrática, de fazer gáudio do seu descontentamento com o que está. O PSD dos últimos 20 anos é um partido acomodado de comodistas sem a mínima vontade de alteração do status quo . O PSD de hoje, efectuado há muito o assassínio ritual do seu pai fundador, é a negação viva de quase tudo o que Sá Carneiro representava.
P.S. Pequeno grande pormenor: nenhum dos meus amigos de há 23 anos com quem tinha combinado ir ao comício da AD, no Coliseu do Porto, bem como os muitos com quem chorei nesses dias, é actualmente filiado ou simpatizante do PSD. A esmagadora maioria não vota e desdenha quem quer que lhe apareça a falar de política. Quanto à T. é hoje jornalista, naturalmente.
Sem saber muito bem como, encontrei-me a conversar a sós com a T., o que constituía um momento de especial responsabilidade. A T. era uma lenda viva por entre a rapaziada daquele tempo ainda em fase de adolescência mal terminada. Acresce a feliz coincidência de morarmos perto um do outro, donde, aquela simultânea saída do liceu prometia uma auspiciosa viagem a dois.
Consegui dominar a minha inquietação com as horas e tentei esquecer que tinha combinado com um grupo de amigos irmos juntos para o comício da AD no Coliseu. Também jurei a mim próprio não falar de política. Sempre que estava com a T., a natural simpatia que por ela sentia cedo era substituída por uma aborrecida sensação de desgaste em discussões intermináveis e improficuamente absurdas sobre política. Dava-se o facto, excessivamente raro nas miúdas bonitas do Porto desse tempo, da T. ser comunista. Aliás, a singularidade do caso era coroado com a alcunha por que era popularmente conhecida: a “T. comuna”.
Estava eu, nesse enleio, “posto em sossego, de meus anos (tentando) colher doce fruito”, quando alguém, em patente estado de histerismo, se aproxima de nós a berrar:
- Morreu o Sá Carneiro, morreu o Sá Carneiro!
Senti que o chão me fugia debaixo dos pés. Com todas as minhas forças, agarrei-me ao mensageiro:
- Como é que soubeste isso? Morreu como?
O rapaz tentou libertar-se enquanto desatava numa catadupa de informações: “tinha dado na televisão, o avião caiu, morreu o Sá Carneiro e a mulher, mais o Amaro da Costa”.
- O Amaro da Costa? – Aquela quantidade inusitada e diversificada de mortes estava a dar-me a esperança de que tudo não passasse de uma enorme patranha. Mas já se aproximavam outros, no mesmo estado de aflição, garantindo a veracidade da história.
Esmagado, dei por mim a balbuciar: “Mataram-no”. De imediato, a T. reagiu: “Não, claro que não”.
Olhei-a nos olhos e vi todo o mundo que nos separava nesse instante. Virei as costas e corri para casa. Corri muito, sem parar (a minha forma física de então é uma enorme saudade).
Quando abri a porta de casa, ofegante, vi minha mãe a chorar. Meu pai sublimava a dor num permanente ataque de fúria em frente à televisão. Telefonei a amigos. A minha reacção e a de quase todos com quem falei nesses dias era a de quem tinha perdido um ente próximo e muito querido. Não idolatramos Sá Carneiro apenas depois da sua morte, de alguma maneira já o fazíamos antes. Pela diferença abismal que ele era, face aos políticos do seu tempo. E os dos tempos que vieram depois.
Embora não o intuísse imediatamente, naquela noite morreu o melhor da minha fé nos políticos. Nunca mais consegui acreditar em ninguém com aquele desprendimento puro e sem mediações. Nunca mais segui uma voz sem colocar fortíssimos entraves racionais. Cometi, permanente e irremediavelmente, a injustiça de comparar com Sá Carneiro os que vieram depois. E todos ficavam a perder.
Sá Carneiro fundou o PPD, mas não se circunscrevia a este. Era uma enorme esperança para muitos mais que não se reviam naquele partido. Depois da sua morte o PPD/PSD tornou-se a imagem daqueles que o eram, e os muitos que nunca o tinham sido (antes pelo contrário) mas que souberam aproveitar a sua janela de oportunidade para lá entrar – o PSD nunca mais foi “Sá Carneirista”. Nunca mais contestou ou fez rupturas com o regime – adaptou-se-lhe e tornou-se um dos seus pilares fundamentais. Nunca mais foi um factor de mudança. Nunca mais quis ser a voz incomodativa, “intratável” como chamavam a Sá Carneiro. O PSD prescindiu para sempre das suas nobres origens de dar voz à insatisfação democrática, de fazer gáudio do seu descontentamento com o que está. O PSD dos últimos 20 anos é um partido acomodado de comodistas sem a mínima vontade de alteração do status quo . O PSD de hoje, efectuado há muito o assassínio ritual do seu pai fundador, é a negação viva de quase tudo o que Sá Carneiro representava.
P.S. Pequeno grande pormenor: nenhum dos meus amigos de há 23 anos com quem tinha combinado ir ao comício da AD, no Coliseu do Porto, bem como os muitos com quem chorei nesses dias, é actualmente filiado ou simpatizante do PSD. A esmagadora maioria não vota e desdenha quem quer que lhe apareça a falar de política. Quanto à T. é hoje jornalista, naturalmente.
2003/12/04
In Memoriam
Forças policiais
No dia da demissão do comandante interino da Brigada de Trânsito da GNR, depois da demissão do Comandante tout court verificada ontem, o Governo anunciou a informatização das esquadras da PSP até 2005. Parece que «as esquadras têm actualmente de preencher múltiplos impressos", e que "uma queixa tem pelo menos oito cópias de papéis e químicos".
Antes das aulas de informática, porém, os nossos polícias vão ter de aprender inglês, em cursos intensivos, por causa do Euro 2004.
Mas voltando às demissões, na BT, a dúvida é se elas se prendem com isto ou com isto.
Antes das aulas de informática, porém, os nossos polícias vão ter de aprender inglês, em cursos intensivos, por causa do Euro 2004.
Mas voltando às demissões, na BT, a dúvida é se elas se prendem com isto ou com isto.
Aborto
Não sei se foi o artigo de Vasco Rato que provocou esta implosão de textos sobre o aborto na blogosfera, mas a discussão está ser muito interessante.
Gostaria, também, de alinhavar algumas ideias, mas falta-me o tempo (sempre, sempre o tempo que nunca está). Já nem sequer consigo cumprir os meus habituais compromissos de escrita.
Até me conseguir recompor, chamo a atenção para duas boas abordagens do tema, muito diferentes mas igualmente pensadas e sentidas:
"Segue longa missa", n' O Comprometido Espectador;
e "Sobre a descriminalização do aborto", no Portugal e Espanha.
Para já, sem comentários.
Gostaria, também, de alinhavar algumas ideias, mas falta-me o tempo (sempre, sempre o tempo que nunca está). Já nem sequer consigo cumprir os meus habituais compromissos de escrita.
Até me conseguir recompor, chamo a atenção para duas boas abordagens do tema, muito diferentes mas igualmente pensadas e sentidas:
"Segue longa missa", n' O Comprometido Espectador;
e "Sobre a descriminalização do aborto", no Portugal e Espanha.
Para já, sem comentários.
Os culpados do costume
Por falar em gaffes... (correcção à dita cuja)
O Janela Para o Rio, teve a gentileza de me fazer chegar a seguinte correcção à minha posta anterior:
- O tal jogador chama-se Dominguez e joga actualmente na Bundesliga (Alemanha), no Kaiserslautern.
A minha memória já não é o que era; a minha actualização futebolísta ainda está pior.
Obrigado NunoP.
- O tal jogador chama-se Dominguez e joga actualmente na Bundesliga (Alemanha), no Kaiserslautern.
A minha memória já não é o que era; a minha actualização futebolísta ainda está pior.
Obrigado NunoP.
2003/12/03
Por falar em gaffes...
(sem conceder na posta anterior)
«O pior cenário para Monteiro são sempre corridas a três (PSD/PP/ND) onde teria que ir incontornávelmente para um mano a mano com Portas o que manifestamente não lhe convém...»
Caro Manuel: acha mesmo que é assim? Nunca lhe passou pela cabeça que esse "mano a mano" - na perspectiva afunilada de litígio puramente pessoal que você e tantos outros têm defendido como móbil exclusivo de Manuel Monteiro - pode ser a perspectiva mais interessante? Principalmente para o seu partido, o PSD? Quem seriam os principais vencedores de uma derrota do outro partido da coligação?
Pense bem...
Agora a sério: essa ideia peregrina que o PND é uma manobra camuflada de alguns sectores portistas (foneticamente com acento tónico no "o") visando empurrar o PSD, aterrorizado, para os braços ternos e seguros do CDS, revela um prisma demasiado complicado e tortuoso da política.
Temo que nada disso seja verdade.
Primeiro, porque as coisas simples têm muito mais possibilidades de serem verdadeiras em política (o que parece, é). Depois, porque conheço pessoalmente alguns dos protagonistas de que fala e - acredite - não têm nem sombra da perspicácia e imaginação que o Manuel lhes atribui. Por mais que tal lhe possa custar, são gente bastante mais serôdia do que crê.
Com essas interpretações tumultuosamente complexas e quase esotéricas que apresenta, o Manuel faz-me lembrar aquele extraordinário ex-jogador do Sporting, penso que se chamava Gonzalez (pelo menos, o nome era espanhol), possuidor de uma técnica fantástica, que fintava e voltava a fintar os adversários redundantemente, acabando por se fintar a si próprio e a estatelar-se no chão sem que ninguém lhe tivesse tocado (foi para Inglaterra e desapareceu numa finta qualquer).
Um pouco mais de calma com esses jogos de espelhos. Por vezes, a maior parte delas, as coisas são mesmo aquilo que parecem e, como dizia o outro, um charuto é mesmo um charuto...
«O pior cenário para Monteiro são sempre corridas a três (PSD/PP/ND) onde teria que ir incontornávelmente para um mano a mano com Portas o que manifestamente não lhe convém...»
Caro Manuel: acha mesmo que é assim? Nunca lhe passou pela cabeça que esse "mano a mano" - na perspectiva afunilada de litígio puramente pessoal que você e tantos outros têm defendido como móbil exclusivo de Manuel Monteiro - pode ser a perspectiva mais interessante? Principalmente para o seu partido, o PSD? Quem seriam os principais vencedores de uma derrota do outro partido da coligação?
Pense bem...
Agora a sério: essa ideia peregrina que o PND é uma manobra camuflada de alguns sectores portistas (foneticamente com acento tónico no "o") visando empurrar o PSD, aterrorizado, para os braços ternos e seguros do CDS, revela um prisma demasiado complicado e tortuoso da política.
Temo que nada disso seja verdade.
Primeiro, porque as coisas simples têm muito mais possibilidades de serem verdadeiras em política (o que parece, é). Depois, porque conheço pessoalmente alguns dos protagonistas de que fala e - acredite - não têm nem sombra da perspicácia e imaginação que o Manuel lhes atribui. Por mais que tal lhe possa custar, são gente bastante mais serôdia do que crê.
Com essas interpretações tumultuosamente complexas e quase esotéricas que apresenta, o Manuel faz-me lembrar aquele extraordinário ex-jogador do Sporting, penso que se chamava Gonzalez (pelo menos, o nome era espanhol), possuidor de uma técnica fantástica, que fintava e voltava a fintar os adversários redundantemente, acabando por se fintar a si próprio e a estatelar-se no chão sem que ninguém lhe tivesse tocado (foi para Inglaterra e desapareceu numa finta qualquer).
Um pouco mais de calma com esses jogos de espelhos. Por vezes, a maior parte delas, as coisas são mesmo aquilo que parecem e, como dizia o outro, um charuto é mesmo um charuto...
2003/12/02
Porque hesito em responder aos muitos reptos
Alguns blogues amigos têm insistido em desafiar o Mata-Mouros, especificando ou não o destinatário concreto, acerca de polémicas que envolvem o PND. Apesar das explicações que já foram dadas sobre o assunto, o ritmo e o timbre desses reptos tem aumentado.
Hoje mesmo, o Paulo Gorjão e o Manuel lançaram-me interessantíssimas questões.
Infelizmente não lhes posso responder. Aqui.
O Mata-Mouros é um blogue colectivo e supra-partidário. Os seus 3 autores estão ligados (uns mais, outros menos) a 3 partidos políticos diferentes. Mas tentam sempre expressar a sua própria opinião. Livre, como somos. Responder aqui sobre questões decorrentes de um desses partidos, de modo assumido, sistemático e reiterado, seria ameaçar todo o projecto que iniciamos em finais de Junho passado.
Não o vou fazer.
Pontualmente, ao expressar a MINHA opinião sobre um tema, pode existir coincidência, ou não, com a do partido que estou a ajudar a fundar.
Mais do que isso seria um excesso imperdoável.
Apenas noutra sede, assumidamente partidária, tentarei dar resposta a esse tipo de desafios.
Hoje mesmo, o Paulo Gorjão e o Manuel lançaram-me interessantíssimas questões.
Infelizmente não lhes posso responder. Aqui.
O Mata-Mouros é um blogue colectivo e supra-partidário. Os seus 3 autores estão ligados (uns mais, outros menos) a 3 partidos políticos diferentes. Mas tentam sempre expressar a sua própria opinião. Livre, como somos. Responder aqui sobre questões decorrentes de um desses partidos, de modo assumido, sistemático e reiterado, seria ameaçar todo o projecto que iniciamos em finais de Junho passado.
Não o vou fazer.
Pontualmente, ao expressar a MINHA opinião sobre um tema, pode existir coincidência, ou não, com a do partido que estou a ajudar a fundar.
Mais do que isso seria um excesso imperdoável.
Apenas noutra sede, assumidamente partidária, tentarei dar resposta a esse tipo de desafios.
As Propinas e Os "Liberais-autoritários"
Hoje, no Público, M. Fátima Bonifácio põe os "pontos nos iis" quanto à questão das propinas e responde desassombradamente aos argumentos datados e ultra-conservadores de Francisco Louçã.
AMÁLGAMA IDEOLÓGICA
No melhor pano cai a nódoa
O servidor do Blogspot está com problemas que têm impedido o acesso decente a muitos blogues, mata-mouros incluído, durante largos períodos do dia de hoje.
A gerência quer apenas informar que é de todo alheia ao problema e aguarda que estes senhores o resolvam. Afinal, são eles quem recebe pela publicidade aqui em cima do título....
A gerência quer apenas informar que é de todo alheia ao problema e aguarda que estes senhores o resolvam. Afinal, são eles quem recebe pela publicidade aqui em cima do título....
2003/12/01
O pom pom pompom pompompooom da
Revista de Blogues XIX
Os Melhores da Semana
Melhor Texto: “TRISTEZA SUBTERRÂNEA”, no Abrupto;
Melhor Frase: “Só espero que Portugal não ganhe o EURO 2004, caso contrário, imagino em que estado não vai ficar o balneário do Estádio da Luz”, no Blogame Mucho;
Melhor Crítica: “REFORMA DO ESTADO”, no Cidadão Livre;
Melhor Análise: “O ESCRITOR COMO FUNCIONÁRIO PÚBLICO”, no Abrupto;
Melhor Oportunidade: “La Sagesse”, no Avatares de um Desejo;
Melhor Reflexão: empate entre “O novo aborto” n’ O Comprometido Espectador e “32.II Avulsas”, no Guerra e Pas;
Melhor Repto: “O «PRINCÍPIO DE PETER»”, no SOCIOBLOGUE 2.0 (não perder os comentários)
Melhor Desilusão: “À ESPERA”, no Portugal dos Pequeninos;
Melhor Comentário: “La Sagesse”, n’ O Vilacondense;
Melhor Observação: “O líder regional diz que em 1975 não houve eleições livres por todo o país. Para ter tanta exactidão geográfica, provavelmente deve ter conhecimento… de causa!”, no Ter Voz;
Melhor Desabafo: “Gostava de Ter Terminado Em Beleza... Mas Fui Malcriado... Confesso”, no Médico Explica Medicina a Intelectuais;
Melhor Resposta: “Quando as pessoas são instrumentos”, no Barnabé;
Melhores Imagens: Incógnito qb;
Melhor Revelação: Gato Preto (via Grande Loja);
Melhor Posta: “Uma Ficção de Justiça”, no Jaquinzinhos;
Melhor Blogue: empate entre o Bloguítica e o Almocreve das Petas.
Prémio Especial do Júri para a Charlotte e o Carlos. FELICIDADES!
Melhor Texto: “TRISTEZA SUBTERRÂNEA”, no Abrupto;
Melhor Frase: “Só espero que Portugal não ganhe o EURO 2004, caso contrário, imagino em que estado não vai ficar o balneário do Estádio da Luz”, no Blogame Mucho;
Melhor Crítica: “REFORMA DO ESTADO”, no Cidadão Livre;
Melhor Análise: “O ESCRITOR COMO FUNCIONÁRIO PÚBLICO”, no Abrupto;
Melhor Oportunidade: “La Sagesse”, no Avatares de um Desejo;
Melhor Reflexão: empate entre “O novo aborto” n’ O Comprometido Espectador e “32.II Avulsas”, no Guerra e Pas;
Melhor Repto: “O «PRINCÍPIO DE PETER»”, no SOCIOBLOGUE 2.0 (não perder os comentários)
Melhor Desilusão: “À ESPERA”, no Portugal dos Pequeninos;
Melhor Comentário: “La Sagesse”, n’ O Vilacondense;
Melhor Observação: “O líder regional diz que em 1975 não houve eleições livres por todo o país. Para ter tanta exactidão geográfica, provavelmente deve ter conhecimento… de causa!”, no Ter Voz;
Melhor Desabafo: “Gostava de Ter Terminado Em Beleza... Mas Fui Malcriado... Confesso”, no Médico Explica Medicina a Intelectuais;
Melhor Resposta: “Quando as pessoas são instrumentos”, no Barnabé;
Melhores Imagens: Incógnito qb;
Melhor Revelação: Gato Preto (via Grande Loja);
Melhor Posta: “Uma Ficção de Justiça”, no Jaquinzinhos;
Melhor Blogue: empate entre o Bloguítica e o Almocreve das Petas.
Prémio Especial do Júri para a Charlotte e o Carlos. FELICIDADES!
Resposta a AAA
«Em que ficamos? As críticas a MFL são porque desacelerou demasiado o crescimento da despesa pública motivada por uma desnecessária obsessão com o défice (posição do quase consenso keynesiano) ou por não ter cortado o suficiente no crescimento da despesa pública (que é o que me parece ser a posição mais liberal nesta matéria) ?»
O pecado de MFL não é ter "desacelerado demasiado o crescimento da despesa pública" graças à sua obsessão com o défice - mas por isso ter sido a única coisa que tentou fazer: ainda por cima, sem qualquer sombra de sucesso!
O pecado de MFL é ter VIGARIZADO as contas do ano transacto, imitando os seus antecessores que tanto critica, para mostrar um défice ilusório, enganando a Europa e os portugueses.
O pecado de MFL é ter falhado redondamente em todos os objectivos que proclamou indispensáveis - este ano o défice será muito mais elevado mesmo com os "truques" do costume.
O pecado de MFL é não entender que a contenção da despesa pública passa por reformas estruturais, substanciais, e não as habituais operações de cosmética de que o Código de Trabalho, que hoje entra em vigor, é o melhor exemplo.
O pecado de MFL é não conseguir alcançar que não basta conter o défice para melhorar a nossa economia.
O pecado de MFL é não realizar que se as empresas fecham todos os dias em Portugal e a nossa situação económica está a caminho do insustentável, isso não se deve ao facto do défice estar a 3% ou a 5% ou 7% mas porque Portugal não tem condições para suportar investimentos competitivos - e esse é o grande problema.
O pecado de MFL e de tantos outros é não atingirem que esta discussão não é económica, financeira ou filosófica, mas única e exclusivamente POLÍTICA! (aqui talvez MFL esteja mais inocente que os seus desmesurados defensores)
O pecado de MFL não é ter "desacelerado demasiado o crescimento da despesa pública" graças à sua obsessão com o défice - mas por isso ter sido a única coisa que tentou fazer: ainda por cima, sem qualquer sombra de sucesso!
O pecado de MFL é ter VIGARIZADO as contas do ano transacto, imitando os seus antecessores que tanto critica, para mostrar um défice ilusório, enganando a Europa e os portugueses.
O pecado de MFL é ter falhado redondamente em todos os objectivos que proclamou indispensáveis - este ano o défice será muito mais elevado mesmo com os "truques" do costume.
O pecado de MFL é não entender que a contenção da despesa pública passa por reformas estruturais, substanciais, e não as habituais operações de cosmética de que o Código de Trabalho, que hoje entra em vigor, é o melhor exemplo.
O pecado de MFL é não conseguir alcançar que não basta conter o défice para melhorar a nossa economia.
O pecado de MFL é não realizar que se as empresas fecham todos os dias em Portugal e a nossa situação económica está a caminho do insustentável, isso não se deve ao facto do défice estar a 3% ou a 5% ou 7% mas porque Portugal não tem condições para suportar investimentos competitivos - e esse é o grande problema.
O pecado de MFL e de tantos outros é não atingirem que esta discussão não é económica, financeira ou filosófica, mas única e exclusivamente POLÍTICA! (aqui talvez MFL esteja mais inocente que os seus desmesurados defensores)
2003/11/30
Não percebo
Não consigo perceber onde está o "ridículo" de censurar a política financeira deste Governo. Apoiá-la - sobretudo com argumentos liberais - é que me parece trágico-cómico.
Vasco ou António?
Tenho a sensação que o Bloguítica, nesta posta, está a fazer confusão entre o Vasco Lobo Xavier, do Mar Salgado, e o inefável António Lobo Xavier, aquele político virtual do CDS, amigo de Paulo Portas quando lhe convém, que expele regularmente óbvias banalidades sob a forma de comentário e acérrimo defensor dos seus interesses muito próprios.
Se assim não acontecer as minhas desculpas ao PG.
Se assim não acontecer as minhas desculpas ao PG.
| Ãltima |